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"Aceitar-me plenamente? É uma violentação de minha vida. Cada mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado. É por isso que toda minha palavra tem um coração onde circula sangue" (Um sopro de vida - Clarice Lispector)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


Ontem o meu dia não foi bom. Minha noite ainda pior.
Hoje acordei com lágrimas nos olhos e no coração.
Acordei com a solidão.
Não só a solidão de um amor, mas a solidão de uma vida.
E há tempos não sentia essa maldita palavrinha.
Há tempos vinha preenchendo os espaços para que ela não pudesse entrar.
Mas basta abrir uma brecha.. e lá vem ela.
Talvez porque eu estou às vésperas de viajar, e vou ficar um bom tempo fora. E gostaria de não estar correndo assim e poder ir para a praça, estar com os amigos e fazer as coisas q eu gosto, pois a felicidade em sair se divide com a tristeza de ficar tanto tempo longe daqueles que amo.
Eu sempre tenho sentimentos exagerados.
Normalmente quando gosto verdadeiramente de algo, mergulho de cabeça. Me entrego. Vivo. Um projeto, um trabalho, um amigo, um amor.
E quando o retorno não me parece suficiente isso dói.
Fico relendo o Pequeno Príncipe, e tentando colocar na cabeça e no coração que “não se pode pedir às pessoas mais do que elas podem dar”. Mas isso não é fácil. As vezes a gente cansa de amar sozinha, de se dedicar sozinha, de se esforçar. De procurar. De fazer. E de nunca ter retorno de nada. Ser sempre a primeira a ligar, a escrever, a se preocupar. Não é a lei da recompensa. É só o desejo de ver, ao menos uma vez na vida, alguém se preocupando, se importando contigo. É ser surpreendida com uma visita, um email, um telefone, uma mensagem. Ontem um rapaz parou aqui na porta do meu trabalho e começou a tocar violão e cantar lindamente a música “La Barca”. As mulheres q estavam aqui disseram para eu ir lá pq devia ser uma serenata pra mim. Eu sorri aquele sorriso sem graça e disse q não ia. Porque eu sabia q não era pra mim. Nunca é.
Há um tempo atras uma amiga me fez uma surpresa em um dia que eu estava precisando. Em um dia que meu coração chorava por algo que eu não podia resolver ela apareceu na minha porta, acho q quase dez da noite, carregando um pedaço de pizza. Mas ela não carregava só uma pizza. Ela carregava amizade, bem querer. Ela simplesmente se importava. E acho que é só que eu queria. Que as pessoas se importassem um pouco mais.
Espero que esse Jesus Menino entre mais na minha vida, no meu coração. Me dê a alegria pura e simples. E me ajude a entender e aceitar aquilo que sou e aqueles que, de seus jeitos tortos ou não, estão na minha vida.

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