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"Aceitar-me plenamente? É uma violentação de minha vida. Cada mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado. É por isso que toda minha palavra tem um coração onde circula sangue" (Um sopro de vida - Clarice Lispector)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010


               Ontem ao deitar comecei a ver o Profissão Repórter, que falava sobre adoção. E me correram lágrimas ao ver um senhor idoso chorando porque teve que entregar os netos em um abrigo por não ter condições de criá-los. Ele dizia: “eu acordo e as crianças não estão mais lá, pra almoçar com a gente, pra ir pro colégio... é muita falta... muita falta”. Desliguei a TV e chorei pensando em como esse país é injusto. Pensei em tantos que recebem milhões por mês, enquanto alguns mal alcançam um salário mínimo e são obrigados a abrir mão até dos próprios familiares por não ter como sustentar.
                Hoje via o Jornal Hoje e mais uma vez um senhor de idade apareceu em prantos, porque sentia muitas dores e precisava de uma consulta, e os servidores estavam em greve e por isso a sua consulta foi marcada para o mês seguinte. E ele deu entrevista chorando muito e dizendo “porque eu não tenho direito de nada? Porque a gente tem que sofrer tanto?”. E isso me entristece profundamente. Profundamente meeesmo. Sabem, enquanto vida de Igreja tentamos fazer muitas coisas pelas pessoas que nada tem. Tentamos resgatar-lhes a dignidade, incentivar a crescer, a buscar caminhos, fazer o jovem ser uma pessoa de bem, e por aí vai. Mas as vezes fico pensando se tudo isso adianta de verdade. Sei lá... eu vejo que tudo que acontece parte da desigualdade gritante que assola o mundo. Enquanto alguns continuarem a ganhar exorbitâncias mensais, pouca coisa vai mudar. Porque o recurso que deveria chegar a todos fica concentrado em poucos e a maioria vai perecendo. Isso desanima a gente, porque o que é possível fazer diante dessas realidades? A gente aqui, tão pequenininho, tão impotente... E uma multidão de pessoas que levam suas vidinhas e acham que apenas isto lhes basta. Trabalhar, ganhar seu dinheirinho e voltar pra casa todos os dias. Porque não se envolvem em atividades voluntárias que ajude a dar qualidade de vida para alguém? Porque não dedicam uma hora da sua semana para ajudar de alguma forma? A vida gira em torno de seus umbigos e o resto que se dane.

                 Coloco aí um vídeo muito bonito, que vale a pena ver e deixar-se tocar pela experiência de uma menina de 13 anos de idade, de Pelotas, que fez aquilo que a maioria das pessoas não é capaz de fazer. Tira 5 minutinhos e olha isso, por favor, depois diga aí se valeu a pena.


Um comentário:

Fernando Freitas disse...

fiquei bastante tocado com a história do senhor que teve que entregar os filhos, muito complexo