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"Aceitar-me plenamente? É uma violentação de minha vida. Cada mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado. É por isso que toda minha palavra tem um coração onde circula sangue" (Um sopro de vida - Clarice Lispector)

terça-feira, 13 de julho de 2010

             Frio hoje? Capaaaz! Apenas -3º de manhãzinha, e segundo o radialista o vento levou a sensação térmica a -17º. Nessas horas agradeço demais a Deus por eu ter casa e roupa quente pra usar.

            Mas hoje quero escrever aqui um post sobre o meu avô. Eu sou muito, muito, mas muuuuito feliz por ter um avô, e por ele ser o seu Darci. Sabe aquela pessoa que não faz nada com maldade? Que não vê maldade nas pessoas, nas situações. Que sempre procurar agradar a todo mundo. Que se sacrifica sempre para que os outros estejam bem e felizes. Esse é meu vô!
            Nunca esqueço da ocasião em que após, sei lá, 13, 15 anos talvez, meu irmão e eu encontramos nosso pai. Eu esqueci metade do que vivemos naquele dia, mas entre uma ou outra lembrança sempre vem a do Clerison dizendo a ele: “tu jogou a tua paternidade pra cima e o vô agarrou com as duas mãos. E foi ele quem esteve lá quando a gente fez aniversário, quando estava chovendo pra ir pro colégio, quando a gente caiu e precisou de curativo”. Pensei por muito tempo o quanto isso é verdade. O vô é aquela pessoa que está sempre ali. É aquele que, quando levanto de manhã, já está em pé, preparando o chimarrão, e que quando eu saio pra trabalhar ele fica na porta, até eu chegar na esquina, virar e abanar dando tchau pra ele. E olha que fazemos isso há muitos anos, desde que eu era pequena e comecei a ir sozinha pro colégio.
            Se o vô vai ao mercado com vontade de comer chocolate, ele compra um pra ele e um pra mim, ou divide o dele comigo. Se ele vai a padaria, ele me traz um pãozinho diferente. As vezes estou no trabalho e quando vejo ele chega com um pacote de bolachinha pro meu lanche da tarde. E isso realmente não tem explicação. Todo mundo deveria ter alguém assim na vida. E eu agradeço todo dia por ter essa alegria e por tudo o que ele me ensina. Somos muito parecidos, apesar de eu ser beeem mais geniosa do que ele. Eu não sou de ficar muito calada diante das coisas e situações que acho erradas, o vô já não gosta de se envolver nem brigar. Mas ambos somos descomplicados! As vezes ele repete várias vezes a mesma coisa. Conta a mesma história uma dezena de vezes. Quando vejo lá vem ele dizendo “uma vez...”, e eu o deixo falar, e ouço como se fosse a primeira, porque sei que um dia darei tudo para escutá-lo de novo.
           Bom, poderia passar horas escrevendo sobre o vô, mas só queria deixar registrado aqui meu carinho e admiração por ele! Obrigada vô!

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